Conversei com a professora Aline, que leciona história na nossa escola e ela me conta sobre a greve, motivos e circunstâncias que a desencadearam.
Os professores acordaram com o governo do GDF um projeto de reestruturação de carreira para equiparação dos salários dos professores com outras categorias do DF, no projeto ficou afirmado que haveria reajustes em 2012, 2013 e 2014. Além desses reajustes haveria um plano de saúde para os professores que deveria ser estruturado ainda em 2011.
A contagem regressiva começou. Dois dias antes da assembleia que foi realizada no dia 08/03/12 o governo não apresentou nenhuma proposta o que desencadeou a greve. Segundo a nota vinculada na TV e no rádio pelo GDF, o governo não pode pagar o reajuste em vista da Lei de Responsabilidade Fiscal. "A categoria sabia que não seria um reajuste de uma só vez, que ele [o governo] disse que até 2014 teríamos a tal da isonomia com outras categorias, pois bem, se o acordo foi ano passado, por que ele já não incluiu no orçamento de 2012 o primeiro reajuste, agora chegamos em 2012 e ele diz que não pode, não tem dinheiro e que a Lei de Responsabilidade Fiscal não pode ser desrespeitada", fala usada pelo Sinpro.
A professora Aline nos da sua opinião, "Acho que o governo não acreditava em uma greve, também não entendo o motivo de após 100 dias de contagem regressiva, ele não ter se posicionado em relação ao assunto. Não houve planejamento e nem foi dada a importância devida ao acordo firmado".
A greve foi o último recurso utilizado pelos professores que não obtiveram uma posição do governo. Após o fim da greve todos os dias paralisados serão repostos aos sábados, sendo a escola responsável pela divulgação dos dias das reposições. "Acho que o profissional deve ser consciente e usar estratégias para ministrar seu conteúdo independentemente de quantos dias for durar a greve", diz a professora Aline.
Com a palavra Vinícius M.C
A greve é um recurso necessário para pressionar o governo a tomar as medidas que foram elaboradas por ele. A Lei de Responsabilidade Fiscal não pode ser usada como desculpa para o não cumprimento do acordo, que foi firmado em abril do ano passado tempo suficiente para colocar o reajuste no orçamento para este ano, assim como foi dito pelo Sinpro.
Não podemos esquecer que o maior prejudicado é o aluno, mas isto poderia ter sido evitado se o governo tomasse providências antes do dia marcado para assmbleia, ou seja, apresentado uma proposta cabível.
Os alunos não podem esquecer que esta luta também é deles, ou melhor, nossa. A luta que os professores travam é por uma educação melhor, de qualidade. O salário base do professor brasiliense é o maior do país, mas também vale ressaltar que o custo de vida em Brasília é também o maior do Brasil.
Enquanto um professor ganha R$ 4.000,00 por mês para ensinar o jovem a ser um cidadão e a transformar a sociedade em que vive, com os recursos que lhe são cabíveis, deputados ganham mais de R$26.000,00 ( sem contar outras verbas) para apenas nos representar como manda a constituição.
Essa luta é de todos.
Reportagem: Vinícius M.C.
Imagem: Sinpro-DF
